terça-feira, outubro 31, 2006

Quem ganharia numa luta entre...?

This picture is hosted by ImageShackComo é que só hoje eu fiquei sabendo de um concurso importante desses, pôxa??

A imagem ao lado é clicável e o texto abaixo veio diretamente de uma matéria da Folha de 10 dias atrás...

***

Caubói bate Papai Noel entre os 101 personagens mais influentes dos EUA

Parece que Papai Noel não já está com essa bola toda. O bom velhinho perdeu para o caubói do Marlboro num ranking dos personagens fictícios que "mandam" na sociedade atual. A lista está no livro The 101 Most Influential People Who Never Lived ("as 101 pessoas mais influentes que nunca viveram), lançado recentemente nos Estados Unidos.

O
"macho man" criado nos anos 50 para alavancar a venda de cigarros bateu Big Brother, criado por George Orwell no livro 1984, o Rei Arthur, Hamlet, Frankenstein e Sherlock Holmes, entre outros personagens.

Apesar de um humilde quarto lugar, Papai Noel tem sua importância reconhecida no livro.
"Papai Noel comanda toda a nossa economia no último trimestre do ano. Sem ele, muitos negócios quebrariam", diz Allan Lazar, um dos autores do livro.

Outros ícones infantis também estão representados no ranking. Mickey Mouse aparece em 18º lugar, o urso Smokey, em 21º, a Cinderela, em 26º, Alice (do País das Maravilhas), em 34º e Barbie, a boneca que vende milhões de unidades em todo o mundo, em 43º.

Confira a lista:

1 - Caubói do Marlboro
2 - Big Brother
3 - Rei Arthur
4 - Papai Noel
5 - Hamlet
6 - Frankenstein
7 - Siegfried (herói germânico)
8 - Sherlock Holmes
9 - Romeu e Julieta
10 - Dr. Jekyll e Mr. Hyde
11 - Tio Tom (Uncle Tom)
12 - Robin Hood
13 - Jim Crow (de
Dumbo)
14 - Édipo
15 - Lady Chatterly
16 - Ebenezer Scrooge (do
Conto de Natal de Dickens)
17 - Dom Quixote
18 - Mickey Mouse
19 - Caubói americano
20 - Príncipe encantado
21 - Urso Smokey
22 - Robinson Crusoé
23 - Apolo e Dionísio
24 - Ulisses
25 - Nora Helmer (de
A Casa das Bonecas)
26 - Cinderela
27 - Shylock (de
O Mercador de Veneza)
28 - Rosie the Riveter (mulher americana na 2ª Guerra)
29 - Midas
30 - Hester Prynne (de
A Letra Escarlate)
31 - Trenzinho da Alegria
32 - Archie Bunker (de
Tudo em Família)
33 - Drácula
34 - Alice (do País das Maravilhas)
35 - Cidadão Kane
36 - Fausto
37 - Fígaro
38 - Godzilla
39 - Mary Richards (personagem de Mary Tyler Moore)
40 - Don Juan
41 - Bambi
42 - Guilherme Tell
43 - Barbie
44 - Buffy, a Caça-Vampiros
45 - Vênus e Cupido
46 - Prometeu
47 - Pandora
48 - G.I. Joe
49 - Tarzan
50 - Capitão Kirk e Sr. Spock
51 - James Bond
52 - João e Maria
53 - Capitão Ahab (de
Moby Dick)
54 - Richard Blaine
55 - Patinho Feio
56 - Monstro do Lago Ness
57 - Atticus Finch (de
O Sol É para Todos)
58 - São Valentim
59 - Helena de Tróia
60 - Batman
61 - Tio Sam
62 - Nancy Drew
63 - J.R. Ewing
64 - Superman
65 - Tom Sawyer e Huckleberry Finn
66 - HAL 9000 (o computador de
2001 - Uma Odisséia no Espaço)
67 - Caco (dos Muppets)
68 - Sam Spade (de
O Falcão Maltês)
69 - O Flautista de Hamelin
70 - Peter Pan
71 - Hiawatha (indígena dos EUA)
72 - Otelo
73 - Carlitos (personagem de Chaplin)
74 - King Kong
75 - Norman Bates (de
Psicose)
76 - Hércules
77 - Dick Tracy
78 - Joe, o Camelo (dos cigarros Camel)
79 - The Cat in the Hat
80 - Ícaro
81 - Mammy (de
...E O Vento Levou)
82 - Simbá (dos 40 ladrões)
83 - Amos 'n' Andy
84 - Buck Rogers
85 - Luke Skywalker (de
Star Wars)
86 - Perry Mason
87 - Dr. Fantástico
88 - Pigmaleão
89 - Madame Butterfly
90 - O vampiro de Düsseldorf
91 - Dorothy (de
O Mágico de Oz)
92 - Judeu Errante
93 - Grande Gatsby
94 - Buck (de
The Call of the Wild)
95 - Willy Loman (de
Morte de um Caixeiro Viajante)
96 - Betty Boop
97 - Ivanhoé
98 - Elmer Gantry
99 - Lilith
100 - O americano anônimo (conhecido por "John Doe")
101 - Paul Bunyan (o mítico gigante lenhador)

segunda-feira, outubro 30, 2006

Os mortos-vivos de Kirkman

This picture is hosted by ImageShackQuando do lançamento de Os Mortos-Vivos: Dias Passados no Brasil, fiquei muito bem impressionado pela quantidade de comentários positivos em blogs e sites e resolvi dar uma olhada no material. Depois das muitas menções a George Romero e à abertura idêntica à do filme 28 Days, acabei comprando o volume meio ressabiado, mas pude comprovar que as qualidades eram verdadeiras, talvez um pouco diferentes do que eu poderia prever. Muito maiores, até.

No geral, fala-se de qualidade em um texto de quadrinhos pensando em originalidade e ousadia - como acontece ocasionalmente nos títulos mensais - ou de amarrações e subtextos revolucionários, como nos trabalhos de Alan Moore. Só que o álbum de Robert Kirkman (o mesmo autor de Invencível) não necessariamente puxa pra qualquer um desses lados. Seu diferencial é justamente a grande simplicidade do texto e algumas boas trucagens de narrativa, como o uso dos tons de cinza nos desenhos (excelentes, por Tony Moore) e dos quadros mal-delineados, que ajudam a criar uma atmosfera absolutamente perfeita para a história.

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De tão simples e tranqüila, a trama na verdade nem chega a ser trama. Mais uma vez, vemos o triunfo de uma obra que renega os recursos mirabolantes de alguns quadrinistas (e cineastas e produtores e músicos) em nome de um "realismo" que costuma se mostrar bem mais complicado do que muita ficção. Alguns artistas (como Terry Moore em Estranhos no Paraíso) percebem que é muito mais convincente tomar por base o mundo como ele é hoje e as pessoas com todos os seus defeitos e qualidades, e então inserir um elemento perturbador central e bastante forte. No caso da história de Kirkman, a grande cidade em que vivem seus personagens foi tomada por zumbis. Mas esse elemento não é e nem pode ser gratuito, nunca "apenas um acontecimento".

Kirkman busca o que está além do mero incidente e explora a metáfora de uma vida "diferente", deixando de lado a nojeira explícita que alguns buscam em filmes de zumbis. O autor acerta em cheio! Os zumbis são meros coadjuvantes que criam uma situação ao redor dos personagens centrais e, afinal, quem vive a história é quem viveu para contar a história. São pessoas que, apesar de tudo, continuam sendo gente comum.

A metáfora, por simples que possa parecer, nem sempre é notada por quem assiste filmes de zumbis atrás do bom e velho gore. Mas fica mais fácil de perceber na sua vida, por exemplo, quando você quer ouvir uma música diferente, sair para um lugar diferente, conhecer gente diferente, ver um filme diferente, visitar uma cidade diferente ou viver em um país diferente... e não consegue, porque tudo e todos "subitamente" (longe disso, na verdade) ficaram iguais! Certamente, o leitor em algum momento já passou por essa situação. A expressão "mortos-vivos" mostra-se muito melhor que apenas "zumbis" para descrever o que vem tomando conta do mundo há tempos...

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Por narrar um cotidiano aparentemente simples, Os Mortos-Vivos (The Walking Dead, no original) traz uma leitura bem fácil e rápida. A justa paranóia dos personagens se reflete no próprio correr da história, uma vez que o tal foco restrito naquele grupo acaba se mostrando bem obsessivo até para o leitor, que passa a "participar" do grupo. Enquanto o policial Rick Grimes, sua família, seu parceiro Shane e alguns "amigos de ocasião" estão ilhados em poucos metros quadrados, com eventuais escapadas para garantir a comida, nada do mundo lá fora é mostrado, e o leitor então só fica sabendo quase tanto quanto os personagens. É bem fácil criar uma identificação com aqueles sobreviventes e sua difícil tarefa de viver um dia-a-dia meramente humano, tal como o nosso, repleto de estranhamento, conversas triviais, inveja, ciúmes, laços espontâneos, companheirismo, desconfiança...

This picture is hosted by ImageShackO volume editado no Brasil, entretanto, traz dois grandes problemas: não ter escrito na capa um necessário "volume 1" de todo tamanho e o conseqüente fato de a história não ter um fim (exatamente por não ser um volume único com um arco totalmente fechado). Nos Estados Unidos, Dias Passados também foi publicada como o volume separado Days Gone Bye (um trocadilho entre "dia após dia" e "diga adeus àqueles tempos"), mas você pode ver ao lado que o volume americano não procurou passar ninguém pra trás. Além disso, os americanos receberam antes a revista em fascículos e já sabiam do que se tratava o encadernado.

A editora nacional HQM nitidamente preferiu agir de forma mais supeita. É bom o consumidor de quadrinhos ficar conhecendo essas trapaças. Mesmo depois de apreciar uma boa história, me senti tão enganado como quando a Panini lançou a terrível X-Men: O Fim sem avisar que seriam três longas e entediantes minisséries (que eu não comprei mais, lógico).

Depois de Dias Passados, que coleciona os seis primeiros números da série regular Walking Dead, já existem mais cinco volumes reunindo revistas até o número 36 (pelo menos). Vamos assistir agora à HQM arrancar o couro dos leitores com Miles Behind Us, Safety Behind Bars, The Heart's Desire, The Best Defense e This Sorrowful Life, depois de criar a dependência por um lançamento enganoso do primeiro número.

Serial Frila:
F5 na TV (parte 1)

The Serial logo is hosted by ImageShackDepois de uma bela atualização geral (veja lá!), a Serial Frila da vez fala das estréias nas TVs americana e brasileira. Como foram dezenas de novas séries, preferimos deixar de fora os "retornos" de quem você já conhece, e abordar só as novidades. E ainda assim a coluna vai sair em umas três partes...

Na primeira, Heroes, Blade, It's Always Sunny in Philadelphia, Psych, The Class, Justice, Reno 911!, In Justice, Jericho, The Nine, Ugly Betty, Til Death, Falcon Beach, Brotherhood e Runaway. E, acredite, falta um bocado!

Leia aqui: F5 na TV (parte 1).

domingo, outubro 29, 2006

Cuidado com os ataques

Ao pobre e condenado espectador do SBT, um aviso amigo: todas as péssimas séries do "a-traque" que vem aí já foram canceladas há tempos e, se você insiste em vê-las, talvez não saiba que se trata do conjunto de traduções mais ridículo de todos os tempos.

This picture is hosted by ImageShackIt's All Relative virou "Casal Gay", quando na verdade trata de um casal... que não é gay (e que não deu certo). Freddie foi a única a não ganhar tradução e, curiosamente, era a melhorzinha do pacote (que não deu certo). O nome "Vida de Artista" para famigerada Joey, série derivada de Friends, é um verdadeiro atentado à inteligência. A série era ruim (e não deu certo), mas o nome só não foi pior do que "Q.I. da Loira", como Twins veio a ser chamada. Essa provavelmente leva o trono de tradução mais estúpida de um nome de série em qualquer momento da história da TV brasileira -- a começar do fato de a série não ter como atrativo a burrice da loura, e sim as diferenças de comportamento entre duas irmãs gêmeas (que não deram certo). De todas, a mais fraca é de longe Hot Properties, agora apelidada de "Corretoras" (que não deram certo). Por fim, Center Of The Universe virou "Sou O Maior"... "mas mesmo assim a minha série não deu certo".

Desperate Housewives foi parar numa inacreditável RedeTV; Lost e 24 estão sendo dilaceradas na Globo, enquanto o público sofredor prestigia e pede qualidade; CSI, acredito que nunca passaram num canal aberto, o que é uma tremenda começão de bola; e, do que tem dado audiência há mais tempo, e mesmo assim é péssima (mas faria o maior sucesso na TV aberta dos novelões), resta Grey's Anatomy.

Nem é tão estranho que a TV aberta brasileira sequer consiga alcançar o pior da TV aberta americana -- e nem seriam essas séries, que eram ruins, mas melhores do que qualquer coisa da TV aberta nacional hoje. O que deixa a gente besta é a impossibilidade de o SBT (teoricamente, a segunda maior rede do país) comprar boas séries, ou exibir qualquer uma na ordem correta e até o fim, ou arrumar uma dublagem decente. O que causa espanto mesmo é a insistência naquilo que não tem futuro, já foi recusado e é apresentado ao espectador na base da mais pura enganação, como "séries novas".

Ao espectador "obrigado" a isso, só podemos lamentar e desejar que possa assistir à programação a cabo o quanto antes, seja para passar tempo, para se informar, para refletir, para deixar tocando de fundo, para relaxar ou para a finalidade que bem escolher. Afinal, nossa TV aberta não serve mesmo é para nada.

UPDATE (5 novembro 2006): não satisfeito em escolher a nata da porcaria para o seu horário nobre, o SBT compra uma das comédias mais cobiçadas da atualidade -- The New Adventures of Old Christine -- e programa para passar à meia-noite!! O nome é "As Novas Aventuras de Christine", o que não é tão ruim, mas, claro, destrói o sarcasmo do original. Tá bom pra você? Se não, saiba que, nas mãos do canal, Reunion sofreu um dos piores atentados que eu já vi contra uma série. Consta que "Reunião" ganhou, no Brasil, um final inédito no mundo(!), provavelmente criado na hora por algum estagiário com sono. Foi a coisa mais mal-ajambrada de todos os tempos. Não satisfeito em ser um final horroroso (e escrito na tela, sem imagens, obviamente), também não correspondeu em nada ao que os criadores da série alegaram que seria o verdadeiro final oficial.

Ah, parece que nomes e enterros de séries não são exclusividade do SBT. A Globo anda passando Arrested Development, uma das maiores comédias de todos os tempos, em altas madrugadas e com o fantástico título "Caindo na Real". Nem precisa mencionar que a dublagem mata o programa, porque as piadas de muitos níveis em inglês são a alma do negócio. E, além dela, Boston Legal e Law & Order: SVU também andam pipocando sem qualquer consideração com os produtos, seus criadores e seu público. Tudo lá pras 4h da manhã...

Isso tudo nem deve ser novidade pra quem vê TV aberta, mas eu realmente não vejo. E, por conta dessas aí acima, quero cada vez mais distância.

sábado, outubro 28, 2006

Heroínas a cafeína

This picture is hosted by ImageShackExiste uma tradição entre grandes empresas que (eu acho) ainda não pegou com força no Brasil. Todo fim de ano, elas lançam calendários altamente elaborados para o ano seguinte, cheios de intenções artísticas, celebridades, temas mirabolantes e fotos exclusivas feitas por gente grande. É um forma de fixar a marca na sua cabeça o ano inteiro e ainda oferecer um produto útil e bem feito, dado o investimento. Alguns viram verdadeiras obras de arte.

Também popular fora do Brasil e nem tanto por aqui é a Lavazza, uma "grife" de café espresso italiana (em tempo: espresso é uma forma de preparar o café, nada a ver com "expresso" ou "rapidinho"). A marca acaba de divulgar seu calendário 2007, cujas estrelas são um time de super-heroínas sexy que costuma se reunir numa prosaica cafeteria para apreciar seu espresso preferido. Verdade seja dita, nem precisam se reunir; elas tomam café enquanto em ação também.

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As fotos para a campanha "The Most Incredible Espresso Experience" são do madrilenho Eugenio Recuenco. A campanha ganhou um site bem caprichado, com créditos completos, making of e até um concurso que ainda vai entrar no ar.

As heroínas têm nomes, poderes (inspirados em certas "capacidades naturais" femininas) e às vezes até algum background, e vivem numa espécie de Gotham City talvez mais moderna. Dá pra imaginá-las em alguma história das Aves de Rapina, por exemplo. Como coadjuvantes, há o humilde barman que prepara o café preferido das moças e um gato chamado Napoleon. Passe o mouse sobre as fotos abaixo pra saber o nome de cada uma.

Taí um presentinho que não me faria mal, viu, Lavazza...


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quarta-feira, outubro 25, 2006

Mrs. Cusack, you're the man

This picture is hosted by ImageShackSabe aqueles casos de ator ou atriz que costuma passar batido, mas que você conhece de pontas em séries ou filmes assim mesmo? Pois é.

Você certamente já viu Joan Cusack pra muito lado. Ela teve até uma série muito ruim que não durou nada, há poucos anos, com seu nome no título e tudo. Seus grandes projetos mais recentes são dois filmes de elencos bem interessantes: Friends With Money e The Last Guy On Earth.

Agora, por que raios falar dela nesta ocasião?

Um dos pontos mais reconhecíveis dessa senhorita, além dos medianos a bem decentes dotes como atriz e do fato de ser irmã do John Cusack, é a aparência um tanto desagradável aos olhos masculinos em geral. Basta lembrar, por exemplo, que era ela a diretora travadona em School of Rock.

Por conta dessa aparência angulosa demais, escrevam ctrl+C, ctrl+V no que eu digo: essa, digamos, jovem senhora tem uma séria possibilidade de ser muito bem notada se derem a ela rápido o papel certo. O tal papel seria o de um homem - seja uma drag king, um cara mesmo, um tio gay com crise de meia-idade, mas que seja um papel que envolva ela ser um homem de algum jeito. Entenda-se que isso não é ofensa alguma, e estaria mais para um elogio - o bom aproveitamento de algum talento, inclusive físico, que vem passando despercebido. E teria de ser um papel estupidamente sério, profundo e bem construído, de Boys Don't Cry (com Hilary Swank) pra cima, marcante feito Transamerica. E você verá como ela aparece.

Acho que ainda assim seria daqueles casos de alguém que vem conhecido por anos e anos, porém despercebido, e então é "descoberto" num papel que muda sua carreira durante uns dois anos, concorre ao Oscar (ganha?), merece elogios da crítica da Terra do Fogo ao Trans-Siberian News... e depois acaba voltando pra salinha de coadjuvantes profissionais. Mas redefine sua carreira inteira por um papel.

domingo, outubro 22, 2006

Lostícias 9

Bom, essa nova Lostícias veio antes do esperado. Ia demorar, sim, mas apareceu assunto, e isso é o que sempre interessa, né? Claro, não posso deixar de agradecer muito o apoio do Reginaldo Yeoman, um bloguerreiro na área desde 2002.

***

Como já está virando certa tradição, vamos ao comentário do último episódio. No momento, Further Instructions preenche o cargo.

Depois de se centrar no grupo capturado e no grupo de apoio tático, é hora de ver como está o grupo envolvido no incidente da estação Swan, do fim da segunda temporada. Como o episódio foi um daqueles mais à moda antiga de Lost, ele contém segredos e spoilers, e vai mais uma vez como manchona preta entre as duas imagens centralizadas. Cubra com o mouse para ler.

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- O episódio é todo centrado em John Locke (incluindo os flashbacks), que está bem vivo depois do incidente. Também estão vivos Desmond e Eko, mas esse último passou por maus bocados nas mãos (ou na boca) de... outro urso polar, acredite se quiser.

- Locke passa o episódio inteiro tentando encontrar Eko, não apenas para se redimir por seu (suposto) engano com relação ao computador, mas também pelo erro grave cometido anos antes e que arruinou a comunidade em que ele vivia e na qual finalmente tinha conseguido paz e uma "família". Esse assunto fica pros flashbacks, que quase sempre fazem paralelo com as situações atuais da ilha.

- Depois da implosão, Locke acorda inexplicavelmente mudo, no meio do mato, e essa é uma questão que vai ficar pendente. Afinal, como ele não morreu prensado no incidente? Por que ele emudeceu? Estaria isso relacionado a alguma questão psicológica que teria também causado a paralisia (ou a cura)? Outra: quando Locke encontra Charlie e consegue se comunicar com ele por gestos, de onde ele tira aquele papo de "falar com a ilha"? Dá pra entender o que ele quer fazer, mas não qual sua razão pra fazê-lo e por que se refere a isso como "falar com a ilha".

- A intenção do episódio é mostrar a mudança de personalidade por que Locke passou nos anos anteriores e, como paralelo, mostrar mais uma mudança de atitude em sua vida também na ilha. Em sua comunidade, ele era mais pacífico e tido como detentor da "índole do fazendeiro", em contraste com a "índole do caçador", conforme eles acreditam. É mais uma manifestação das dualidades que sempre dão as caras em Lost, uma espécie de "preto versus branco" (fé e razão, luz e escuridão, bons e maus, etc), como se nunca existissem outras possibilidades.

- O nome do episódio poderia ser interpretado como "aguardando novas instruções", algo que se aplicaria a todos os sobreviventes. Pense no seguinte encadeamento: a "liderança eleita" (Jack) está longe, Locke passou toda a segunda temporada lidando apenas com questões de fé, não há quem tenha tomado o leme do acampamento de sobreviventes e, muito convenientemente, o questionamento anterior não tem mais razão de ser (a escotilha foi destruída e Locke alterou suas convicções). O careca agora pode reassumir seu lado aventureiro, pronto a dar as "novas instruções" ao grupo, inclusive comandando a futura equipe de resgate.

- Logo que acorda, Locke encontra Charlie e, com ajuda meio relutante, insiste em armar uma "sweat lodge", algo como uma "sauna para meditação". Entra nela com uma droga que ele preparou logo antes e, como um xamã, se concentra, engole a substância psicodélica e começa a alucinar - tudo sem dar um pio.

This picture is hosted by ImageShack- A alucinação é aquele sonho que eu descrevi na edição passada das Lostícias, mas com um detalhe importante: o primeiro sinal de inconsciência é uma conversa com o falecido Boone. Ao aparecer, o rapaz diz exatamente o que Locke dissera antes - Boone foi "um sacrifício que a ilha exigiu". Mas é bom lembrar que quem produz esse argumento ainda é a cabeça de Locke, e não um "Boone real". E ele continua dizendo que John conseguirá falar quando tiver algo a dizer, e assim ele poderá "reunir a família" outra vez. Isso está relacionado com o flashback (veremos abaixo), mas, no contexto da ilha, pode ser considerada mais uma questão estranha. Locke vê nos sobreviventes uma espécie de família? Quem faz parte e quem não faz? Tem a ver com aquela impressão que ele passava na primeira temporada, de ter encontrado um propósito na vida e nem se preocupar em escapar da ilha? É provável que seja apenas um sentido figurado para "reunir o grupo novamente".

- Os dois então "aparecem" no aeroporto de Sydney antes do embarque. Boone informa que John precisará da cadeira de rodas para aquele passeio. A cadeira deve ter algum significado muito pessoal, como se o próprio Locke se enxergasse, no fundo, como um aleijado, rótulo que ele conscientemente rejeita. Boone explica que alguém naquele aeroporto está em sério risco, e Locke é o único que pode salvar essa pessoa. Primeiro, vêem a dupla Charlie e Claire com Aaron no colo, e Boone diz "Eles ficarão bem... por enquanto". É bom frisar que nada fica explícito e nem dá afirmar que sejam um casal! Em seguida, Sayid, Sun e Jin na fila de embarque - justo o grupo que está distante e reunido em outro canto da ilha, e Boone ainda completa que "Sayid tem o controle da situação". Hurley é o funcionário que atende a fila mais adiante. O computador é o mesmo da estação Swan, e ele digita os velhos números. Boone afirma que também não é Hurley em perigo. Desmond desce as escadas rolantes vestido de piloto, feliz da vida ao lado de três aeromoças. Em tempo: nenhuma delas é Cindy, a aeromoça sumida, até porque John nunca a conheceu. Boone faz um comentário dúbio: "Forget him, he's helping himself", o que pode significar tanto "ele já está bem arrumado" quanto "ele só se importa consigo mesmo". Atrás de uma parede de vidro, Kate e Sawyer parecem estar viajando juntos - estão fisicamente separados, mas conversam e se tratam com aparente intimidade. Jack aparece deixando seu relógio na revista do aeroporto. O guarda que revista o médico é Ben - na cabeça de Locke, claro, ele ainda é o falso Henry Gale - e o "bip-bip" do aparelho de revista soa como o primeiro alarme que tocava na Swan. Sobre os três sobreviventes, Boone diz que "não há nada que você possa fazer por eles... ainda", e que Locke deve primeiro consertar suas próprias confusões.This picture is hosted by ImageShack Essa última frase fica ressoando até que Locke se vê sozinho, na cadeira de rodas, na frente da escada rolante. Boone está no alto. O esforço de John para alcançar o topo da escada lembra com nitidez a cena em que ele e Eko encontram o grande "?" no meio da selva. Chegando no topo da escada, ele encontra manchado de sangue o cajado de Eko, e Boone aparece também coberto de sangue (exatamente como em um dos primeiros episódios da série, Deus Ex Machina, também em sonho de Locke), dizendo "Recomponha-se, John. Eles os pegaram. Você não tem muito tempo."

- Sobre o meu comentário anterior a respeito do "sonho" (que nem é sonho, é alucinação), talvez nem tudo se aplique mais. O último parágrafo certamente foi pro saco, mas quem sabe o resto ainda guarde sentido. Por exemplo, há relatos de que, para essa seqüência, Charlie e Claire se beijavam como um casal, mas isso não acontece na cena.

- Depois que ele acorda, Locke interpreta "consertar a sua confusão", junto ao cajado com sangue, como a necessidade de salvar a vida de Mr. Eko, que foi prejudicado por conta de uma decisão de Locke.

- O flashback conta a história de quando Locke vivia numa espécie de comunidade hippie no norte da Califórnia. Um dia, no caminho para lá, ele pega um caronista chamado Eddie, leva para a tal comunidade em caráter temporário, o cara gosta e resolve ficar. Mas Eddie era um policial disfarçado, investigando a hipótese - que se comprova real - de o casal-líder da comunidade estar cultivando maconha numa estufa, com conhecimento dos outros membros. O casal é formado por Mike e Jan. O rosto de Mike é familiar... Já foi confirmado que ele não é Tom / Mr. Beardy / Mr. Friendly, o capataz d'Os Outros. Quando são apresentados a Eddie, Mike diz que John é um cara muito especial - talvez algum dia saibamos a razão disso, mas soa como se alguém ali soubesse de algo que não sabemos. John faz uma oração antes da comida e, no meio das palavras, agradece por ter deixado de ser "tão nervoso" e por ter encontrado "uma nova família". Está aí o reflexo da fala de Boone na alucinação.

- Mais adiante, Mike e Jan são vistos na estufa, embalando tudo às pressas, depois de descobrirem (não é mostrado como) que Eddie é um policial em missão. A acusação de ter posto tudo a perder, claro, recai sobre John. O careca se propõe a consertar a situação para que aquela comunidade não acabe. Mike faz exatamente a mesma proposta do Boone imaginário: conserte a confusão que você mesmo armou, daí o paralelo de situações.

- Detalhes interessante do flashback: Eddie diz que está indo para uma cidade chamada Eureka (que existe mesmo na Califórnia). É o que se diz quando se faz uma grande descoberta, justo o que ele queria fazer na comunidade como policial disfarçado. Quando a perua de Locke é parada por um guarda (cujo nome é nome Williams, mas não vi significado nisso ainda), dá pra ver a placa de Locke (5Q49938, idem) e sua data de nascimento, na habilitação, como 15 de novembro de 1946 (dá pra destacar pelo menos o 15 como "número maldito"). Aliás, John é apenas um diminutivo para Johnathan, seu nome real. Sei lá o quanto disso já era conhecido antes, mas ficou bem claro agora. Eddie está usando uma camiseta surrada e com o logotipo psicodélico da banda fictícia Geronimo Jackson, que já apareceu na série em outras ocasiões. No fim, o registro do policial disfarçado Edward 'Eddie' Colburn (e esse nome?) traz discretamente um registro 84023 - isso leva a 4, 8, 23 e 42, pelo menos.

- A inspiração para a "sweat lodge" também vem da comunidade. Ao chegarem, Locke e Eddie passam por uma cabaninha assim, e Locke explica que o objetivo dela é deixar-se tomar pelo calor da fogueira que há lá dentro e meditar sobre o que é importante na sua vida, como "ser um caçador ou um fazendeiro". Claro que há alguma droga envolvida e, no caso, deve ser alguma maconha poderosa.

- Há uma certa ironia no fato de Locke ajudar a suportar uma comunidade que vive do comércio de maconha e reprimir o uso de heroína de Charlie tão violentamente. Quando o careca entra na sua "cabaninha do barato" com um alucionógeno, Charlie faz um comentário semelhante.

- Fechando a história pregressa, Locke dá um jeito de emboscar Eddie na mata e arranca a verdade. Eddie duvida que Locke vá atirar, porque ele tem o perfil do "fazendeiro". Vira as costas, vai embora e deixa um Locke frustradíssimo pra trás. Locke então sente que destruiu sua "família" por manter uma postura pacífica. O fato de ele ter dito que antes era "muito nervoso" e então ter mudado indica que a real natureza de John talvez seja a do caçador. Provavelmente, é nesse momento de sua vida que ele decide assumir sua real vocação aventureira para sempre - o que provavelmente causa sua paralisia, num próximo flashback.

- As questões resultantes são: o que acontece com aquela comunidade depois disso? Fotos promocionais da ABC mostravam membros da comunidade sendo presos, e você vê uma delas mais abaixo. Como descobriram que Eddie era um policial? Um laptop é mostrado, mas isso seria meio simplista... Por que Locke, só mais um trabalhador ali, é tido como "muito especial" para aquele pessoal? Por que Locke não foi preso (se é que não)? Teria sido tudo um jogo mental da Hanso para fazer aflorar o "verdadeiro" Locke, antes de jogá-lo na ilha?

- De volta à ilha: uma fala potencialmente importante acontece quando Locke decide fazer a busca sozinho e diz a Charlie que coisas ruins sempre acontecem com quem insiste em acompanhá-lo - como se Locke sentisse que carrega uma maldição, coisa que já vimos na ilha com Hurley, Sayid e outros. Charlie insiste em ir junto. Só não dá pra entender por que, quando Locke e Charlie encontram o crucifixo de Eko na mata, o careca "sabe" que Eko foi arrastado por ali por um outro urso polar.

- Chegam à cratera que sobrou da escotilha depois da implosão. Logo perto, há um javali morto e pêlos brancos. O urso polar que Locke tirou do bolso realmente existe e acaba perseguindo os dois. Locke pára em certo momento e arremesa sua faca, mas escuta um grito. Ele acaba de acertar o cantil de Hurley, que vem do falso acampamento d'Os Outros. O gordinho dá a notícia da captura. Hurley também ainda se refere a Ben como "Henry". Seguindo rastros, Locke cisma que Eko foi levado pelo urso para dentro de uma caverna logo adiante.

- Qual o significado do comentário de Charlie sobre um programa da BBC que mostrava ursos polares como "simpáticos" e "os Einsteins do mundo animal"? Talvez seja a razão pela qual a Iniciativa Dharma os tenha escolhido para experiências na ilha, em primeiro lugar.

- Quando Locke diz que vai descer sozinho e proíbe Charlie de ir junto, temos mais uma ocorrência da expressão "Não me diga o que eu não posso fazer!", agora dita por Charlie.

- Hurley segue para a praia e, no caminho, descobre Desmond nu e escondido. Não fica claro o que exatamente aconteceu com as roupas de Desmond, o que é muito suspeito. Quando Hurley insiste em querer saber, Desmond apela, o que é ainda mais suspeito. Será que Desmond realmente sobreviveu à implosão? Lembre-se de "See you in another life".

- Hurley empresta um camisão e eles retornam à praia juntos. Desmond vai contando o que aconteceu e diz ainda que não sabia o que poderia acontecer se a chave de emergência fosse usada. Fica sabendo que a ilha tremeu e houve o clarão arroxeado no céu. Hurley, claro, também pergunta se não é estranho que Desmond não tenha implodido junto - e ele responde bem naturalmente que não. E Hurley: "Mas... você vai virar o Hulk ou algo assim?" Por mais engraçado que isso soe, talvez faça sentido. Afinal, quando Hurley menciona que Kate, Sawyer e Jack estão capturados, Desmond dá uma resposta estranha: "Não se preocupe, Locke disse em seu discurso que irá salvá-los". Hurley não faz idéia de que discurso seja esse, e Desmond também não sabe de onde tirou isso, e ambos se convencem de que foi só um delírio.

- O que significa o caminhãozinho de brinquedo que Locke encontra na caverna? Será que aqueles "antigos" Outros que estão com as crianças passaram por lá? Aliás, ainda não se sabe a relação entre aqueles maltrapilhos raptores de crianças e Os Outros que moram na vila. Podem ser as mesmas pessoas, podem ser grupos diferentes. Lá no fundão da caverna, Locke encontra restos mortais humanos, um símbolo Dharma meio decomposto numa camiseta... e o urso polar furibundo da vida. Consegue carregar Eko pra fora usando fogo contra o bicho - mais uma analogia com a mitologia grega, quando Odisseu salva seus amigos de serem devorados um ciclope, cegando o monstro com uma lança em brasa.

- São de se destacar os péssimos efeitos especiais do episódio com relação às aparições do urso.

- Voltando para a praia, dão uma parada pra pegar água, e Locke se desculpa com Eko. Ele ainda lamenta não ter evitado o seqüestro de Jack, Sawyer e Kate, mas Eko acorda e diz que Locke ainda pode encontrá-los e salvá-los - afinal, ele "é um caçador". Charlie retorna com água e Eko já está desacordado de novo. Não fica claro se houve mesmo aquela conversa ou se Locke a imaginou.

- No retorno ao acampamento da praia, os três são auxiliados por Claire, Paulo (Rodrigo Santoro) e Nikki (Kiele Sanchez). A introdução dos dois novos personagens é feita de forma tão natural quanto se eles já fossem velhos conhecidos do espectador. Locke certamente já os conhecia de antes e os chama pelo nome. Todo mundo questiona a respeito daquela história do rapto, e então Locke começa... um discurso! Diz que vai organizar uma busca e vai trazer os amigos de volta, exatamente como Desmond acabara de dizer a Hurley. Enquanto isso, o próprio Desmond está mais afastado na praia, jogando pedras na água, com uma expressão confusa. Hurley o encara de longe, intrigado por aquele diálogo que, agora ele percebe, era um delírio premonitório do "brotha".

- Muitas questões possíveis: Desmond adquiriu poderes divinatórios? Será que já os tinha latentes e o evento apenas os despertou? Se eram latentes, eram naturais ou implantes do Dharma (como eu sempre suponho)? Teria o incidente apenas perturbado muito a cabeça dele, sem dar poderes? Desmond poderia ser um agente infiltrado d'Os Outros ou da Hanso? Teria ele embarcado por alguns segundos numa "corrente alternativa de tempo" e retornado normal, com aquela única memória "fora do tempo" como acontecimento isolado? Ou será que Desmond vai começar a viver poucos minutos fora do tempo "comum" de todo mundo e se tornará um guia ou algo assim? Será que a conversa de Locke com Eko na mata não foi também resultado de perturbação causada pela implosão? Se pudermos continuar na teoria de que Desmond morreu (e só será visto no além, uma "outra vida"), alguém teria confirmado a frase do cara, tomou sua forma ou seu corpo, apareceria sem as roupas e ainda poderia vir com esses poderes como novidade. Que tal... o monstro de fumaça preta?

Aí vai a foto do pessoal da comunidade sendo preso - algo que não foi mostrado no episódio.


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Sobre o Santoro, comentário à parte que todo mundo (acho) pode ler na boa.

This picture is hosted by ImageShackFoi uma introdução de personagem feita de maneira muito sutil, sem necessidade (nem pretensão alguma!) de impacto ou brilhantismo. O brasileiro veio ajudar a responder àquela velha questão que muita gente vinha levantando desde o começo da série: "Mas não eram 48 sobreviventes? Cadê o resto?". E esses 48 vieram só na seção central do avião; os da frente morreram e os do fundão foram encontrados depois.

Desse grupo de sobreviventes, a conhecida panelinha central se formou, e a história desde o começo tem se focado nesses mais ou menos 15 fulanos, com uma eventual participação do pobre Arzt, que só apareceu pra virar fumaça. Rodrigo "Paulo" Santoro e a também estreante Nikki (assim como um certo Scott e um certo Steve) estavam entre os "outros outros", que eram tão outros que nem apareciam... Mas Locke os chama pelo nome, com a maior naturalidade.

Em sua primeira cena, Santoro está lá, resignado e jogadão ao lado de um coqueiro. Entra como um personagem totalmente secundário ou ainda menos, mas há uma tendência natural de que seu papel aumente. Afinal, a única razão para o personagem de Santoro ter sido incluído no foco principal é suprir a ausência dos heróis Jack, Sawyer, Sayid e Jin no acampamento. Talvez até Nikki venha cumprir as funções de heroína de Kate. Precisavam de novos personagens para servir de braço armado e movimentar um pouco o grupo da praia, que ficaria parado. Era o momento dos outros ilhados mostrarem o que podem fazer. Por outro lado, isso deve significar que, em janeiro, alguém(-ns) morre, senão a tela fica muito cheia.

Muita gente lá fora achou inapropriada essa falta de apresentação, mas será que precisava mesmo de alguma introdução formal? Há um certo vício nisso... Mostrar esse personagem como parte do grupo que já existia é um bom sinal, sem dúvida. Aliás, com mais duas brasileiras que fazem figuração no mesmo núcleo e que são virtualmente desconhecidas até dos próprios brasileiros, abre-se uma possibilidade ainda maior de se criar o grupinho lusófono que as duas vinham torcendo para que acontecesse. E isso pode significar ramificações Hanso-Dharma no Brasil! Sei lá se isso é uma boa coisa... Com brasileiros na história, quem sabe ficamos sabendo como tanta coisa misteriosa rola por ali, HAHA. Pf...

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Há poucos dias, teve um terremoto no Havaí. Lost é filmada no Havaí. Percebe a relação?

Fique tranqüilo, a relação não significou nada. Apesar dos 6,3 na escala Richter, o epicentro foi na ilha maior (chamada Hawai'i mesmo), e a série tem sua sede em O'ahu, que não é a maior, mas é o centro financeiro e político, onde estão localizados a capital Honolulu, a famosa praia de Waikiki, a base militar (e a baía) de Pearl Harbor e que, se não me engano, é a ilha menos atingida por vulcões (Kilauea e Mauna Loa estão na "Ilha Grande").

Quanto à equipe, não houve qualquer dano; e quanto ao material usado na série, apenas atrasos menores para filmar devido à falta de luz. Tudo e todos continuam rolando na boa.

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A colunista Kristin Veitch, do E! Online, descobriu uma coisinha ou outra sobre o futuro próximo da série. Nada realmente grande, só alguns desenvolvimentos menores e detalhes que saberemos em breve. Mas uma das coisas que ela diz não parece ser tão pequena assim.

This picture is hosted by ImageShackSegundo ela soube, Ben vai fazer uma revelação a Sawyer que pode mudar tudo o que sabemos a respeito da ilha.

Agora, lembra do que os produtores disseram a respeito da divisão de capítulos desta temporada? Eles querem deixar um gancho miseravelmente grande no fim dos seis capítulos iniciais e, com isso, deixar meio mundo roendo as bitucas dos dedos até janeiro, quando retomam. Aposto quanto quiserem que esse gancho é a tal revelação (se ela for verdadeira e a colunista ouviu direito, claro).

sábado, outubro 21, 2006

Pleasing the Google masses

This picture is hosted by ImageShackSince this humble site got indexed by Google Image Search, the number of foreign (non-Brazilian) hits became unbelievable. The weirdest thing about all this is that people keep coming around for one single reason: Matt Bellamy pictures. I have no idea why this happens.

First, if you don't know Matthew James Bellamy, well, IMHO, maybe you should. He's the frontman (lead singer, guitarist, pianist and main composer) for the British band Muse, possibly the most overwhelming live act goin' on in the world today. He plays alongside Dominic Howard and Chris Wolstenholme, who are ridiculously talented as well and make their own sound very distinct.

I don't have many photos of Bellamy in this site, just two or three in random notes and reviews. The band has never been to Brazil, but Bellamy himself told a magazine not long ago that he'd love to come visit us soon, as a part of their current tour. And, well... he's a guy, for crying out loud! If you'd come looking for Scarlett Johansson or Jessica Biel, you would find lots of pics in previous posts, really huge medium-sized galleries of them!

But, well, I'll be a good sport and provide something Bellamy for you to work with, mmkay? Enjoy the pics below:

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I'm not even too fond of PopStöria showing up in that image service, cause my pics are all low-quality, converted from better quality pics that you can easily find by just snooping around the right way. This site aims primarily at providing pop culture info in Portuguese. If you know of any methods not to be included in that particular "image search" thing, please let me know. My email address is right there in the side column, somewhere.

BTW, the rest of the site is written in Portuguese (well, mostly, including a humongous Black Holes and Revelations review from about 3 months ago), so I got this one going especially for you, my dozens of foreign visitors.

Batalha das capas

Depois de a excepcional propaganda da BBC Radio 2, estrelando "a banda de Elvis", correr o mundo inteiro via internet, agora pode ser a vez da louquíssima colagem abaixo:




Os caras que bolaram e fizeram isso tiveram muita categoria e muita paciência, sem dúvida. Mas são um cadinho perturbados também, não são não? Pelo menos, usaram essa perturbação "para o bem". Grande vídeo!

Famoso Quem??
::Michael Massee

Logo dos desconhecidos is hosted by ImageShack

This picture is hosted by ImageShackPela expressão marcante, eu diria que esse cara tem jeito de que algum dia ainda vai aparecer com mais destaque. Mas, por enquanto, Michael Massee (perfil IMDB) vem mesmo "se consagrando" em muitas e muitas pontas televisivas, inclusive por sua voz. Massee dublou ninguém menos que Bruce Banner na recente animação Ultimate Avengers, e esteve também na série The Batman como um vilão de segunda. Como ator, encarou passagens por Millenium, The X Files, The Practice, Dragnet, Carnivale, Alias, Criminal Minds, entre outros. No entanto, suas duas participações centrais em seriados, até hoje, foram bastante fortes: o próprio diabo encarnado na razoável minissérie Revelations (que o Sony mostrou em 2005) e o primeiro grande vilão de 24. Massee foi Ira Gaines, o terrorista que seqüestra a mulher e a filha de Jack Bauer e se envolve na trama para matar o presidente, na primeira temporada.

No cinema, o ator até participou de algumas produções de orçamento mais avantajado ou nome mais conhecido, mas sempre como aquele coadjuvante escondidaço - vide Amistad, Se7en, Lost Highway e até a desgraça conhecida como Catwoman. Cabe a Massee, inclusive, um dos incidentes cinematográficos mais conhecidos da história: a morte acidental de Brandon Lee, filho de Bruce Lee, durante as filmagens de The Crow. Era ele quem fazia o papel do traficante Funboy, que disparou contra Lee usando munição verdadeira, por um engano dos técnicos de efeitos especiais.

No fim das contas, o papel de maior expressão desse ator num filme... foi mesmo na TV! Não teve como fugir. O fraco Momentum não foi feito para exibição em cinema e está na grade atual do Universal Channel no Brasil. Massee faz um dos personagens principais da trama que envolve telecinesia e gangues, ao lado do derrota Louis Gossett Jr, da desperate housewife Teri Hatcher e do "perdido" Daniel Dae Kim.

A próxima parada do ator é na série Pandemic, ainda em produção, mas não é dessa vez que ele vai aparecer com força. Ao lado da fantástica Tiffani Thiessen e de nomes um pouco maiores, como Faye Dunaway, Eric Roberts e French Stewart, o papel de Massee está lá no fundão da lista...

sexta-feira, outubro 20, 2006

Poshlust!

This picture is hosted by ImageShackEnfim, encontrei uma palavra com a qual definir a maneira correta de enxergar o culto desmedido a determinadas celebridades, famosas por coisa alguma (e até a despeito de algumas características). E essa palavra é em russo.

Poshlust é sua grafia dentro da fonética inglesa (ou seja, "pósh + lâst" mesmo), mas não pergunte como pronunciar isso em russo. Eu nunca pronunciei fora da minha cabeça.

O belo significado dessa palavra é daqueles difíceis de traduzir. Representa aquilo que contém um excesso de vulgaridade, de superficialidade e de banalidade beirando o ultrajante (pessoa, pensamento, etc), mas que ainda assim é tratado com paradoxal reverência, seja da forma como for, longe do lixo que deveria ser considerado. A mera menção muitas vezes pode ser essa forma de reverência (por essa mesma razão, nem damos exemplos); se falamos de capa de grandes jornais, revistas e sites, está feito o estrago.

Segundo o escritor Vladimir Nabokov (o homem da Lolita, você sabe), o poshlust é especialmente poderoso por representar um lixo que não é imediatamente óbvio e que mimetiza legítimos valores artísticos, filosóficos, emocionais, políticos, sendo então recepcionado e celebrado a despeito de sua infinita mediocridade. O lixo como o conhecemos é geralmente reconhecido de imediato; mas o lixo disfarçado que ganha atenção e acaba sendo abraçado pela sociedade como algo digno de nota, enganando todo mundo quanto à verdadeira essência... é poshlust!

Resumindo: nem tudo o que reluz é ouro, nem toda exposição é mérito (ou demérito), nem tudo o que é deveria ser. Pra não ser enganado, desconfie de unanimidades e do elogio de bobos-alegres reconhecidos.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Dark Knight vs. Bambi

This picture is hosted by ImageShackHá mais de um mês, um amigo me chamou a atenção para um detalhe interessante em Batman: The Animated Series, aquele desenho revolucionário a que você certamente já assistiu em algum momento. Comecei a escrever e o post ficou parado aqui nos porões do PopStöria, como rascunho, passando despercebido.

Essa animação teve quatro temporadas, entre traços e nomes diferentes (mesmo assim, podemos considerar como sendo quatro de uma mesma série). Na última, há um episódio chamado Legends of the Dark Knight, cuja história fica mais em torno de um grupo de amigos do que do Batman em si. Eles conversam a respeito do Homem-Morcego, descrevem seus pontos de vista a respeito de quem seria aquele homem e até mesmo se ele existe ou não.

Quase no meio exato do desenho, entre as histórias, os garotos saem de onde estavam e andam pela cidade. Passam em frente a uma loja e encontram um conhecido deles, que chamam rapidamente de Joel e continuam andando. Veja abaixo screenshots da cena:

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O tal garoto Joel é uma perua deslavada, fica se enrolando naquela echarpe(?), desmunhecando com seus cabelos compridos e tem uma fala bem afetada. Uma das coisas que o sujeito diz é que o Batman, pra ele, deve ter uma armadura de borracha bem apertadinha. E o nome da loja aparece escrito discretamente sobre ele: SHOEMAKER. This picture is hosted by ImageShackSe você reconhece a pessoa na foto ao lado, sabe onde queremos chegar, né? Se não, ponha o mouse sobre a foto.

A atração maior desse episódio nem é essa "homenagem". A parte final do desenho traz um dos amigos (essa mocinha ruiva de óculos, nas imagens acima) dando sua interpretação. A história que ela conta é nada menos que uma adaptação bastante fiel do clássico The Dark Knight Returns, aquela história de Frank Miller sobre a qual você já deve ter ouvido falar mesmo que você não seja fã de quadrinhos. Ficou de cair o queixo! E, claro, o conhecedor de quadrinhos vai reconhecer a mocinha como a Robin de DKR.

Assista ao episódio completo no YouTube, se quiser tirar a prova:

- Parte 1
- Parte 2

quarta-feira, outubro 18, 2006

Diferença crucial

This picture is hosted by ImageShackO blog de Sandra Carvalho sobre tecnologia é das poucas coisas que ainda vale a pena ler na edição online da revista InfoExame, cada vez mais coalhada de erros crassos de informação, de português e até de jornalismo (dando notícia que não é notícia, por exemplo).

Destaco um post recente daquele blog, com o título "Partido Pirata da Suécia se dá mal nas eleições". Aí vai a transcrição do último parágrafo:

Em tempo: esses piratas suecos, um grupo que questiona copyright e patentes por princípio, nada tem a ver com os piratas que a Polícia Federal está prendendo hoje, 16 de outubro, aqui no Brasil, sob acusação de i-commerce (illegal commerce), isto é, de fazer cópias comerciais em massa de conteúdo alheio e faturar com isso.

Fora a notícia (que mostra que o partido pode ter ficado pra trás no começo, mas deve ter futuro), acredito que o mais importante é esse último parágrafo ter saído num veículo de grande circulação. Até que enfim alguém "com voz" acordou pra essa diferença e manifestou isso! As duas atividades são totalmente diferentes e, enquanto uma é claramente ilegal e imoral, sobre a outra ainda pesam dúvidas de ordens diversas, inclusive a questão da intromissão nas liberdades individuais.

Mas não vamos entrar na discussão de méritos. Ao contrário de juristas, agentes de segurança, jornalistas e principalmente executivos das indústrias de entretenimento que teimam em não enxergar em cores, não me considero capaz de apitar a respeito de assuntos sobre os quais não estou plenamente informado. Por enquanto, só comemoro que alguém mais tenha juízo o suficiente pra apontar a tal diferença de comportamentos, que é ululante por si mesma e independe de opinião. Ela existe tanto quanto existimos eu e você que lê este texto.

This picture is hosted by ImageShackO partido ao qual ela se refere é aquele ligado ao pessoal do distribuidor de torrents The Pirate Bay, que não é o maior da internet, mas está entre os grandes. Há pouco tempo, o site foi alvo de uma daquelas operações desastradas da RIAA e companhia; tentaram fechar o Pirate Bay, tentaram fazer o escambau contra ele... e, claro, confirmando as previsões de todo mundo que realmente vive online e compreende o funcionamento dessas novas tecnologias, o serviço continua de pé. O processo todo virou até um filminho que os próprios "piratas" fazem questão de manter no ar. Sem falar que o site de download é um barato!

"Apologia" aqui? Nenhuma. Como eu disse, não vou entrar no mérito.

UPDATE (19 out 2006): a respeito da ação contra os 20 internautas brasileiros, um amigo me enviou parte de uma matéria do Estadão, na qual um blogueiro que mexe com MP3 é entrevistado. Reproduzo abaixo o mesmo trecho que meu amigo enviou, relembrando que esse entrevistado não vende CD de baixa qualidade na rua - o negócio dele é postar links, e só:

"As pessoas não deixaram de comprar discos por causa da internet. Talvez tenha ficado mais difícil acumular fortunas obscenas. Mas não vou me preocupar se determinada estrela do hip-hop não tem dinheiro para colocar mais uma prótese dentária de diamante no seu cão, ou se uma gravadora não consegue mais pagar limusines para todos os seus diretores (pausa para comentário acusatório do sempre conservador Estadão, que chama o cara de "hippie") No fim das contas, a música e os filmes são bens culturais, e não é justo que o acesso a eles dependa da capacidade financeira ou localização geográfica das pessoas. O blog é como um jardim aberto ao mundo inteiro. Para mim é um serviço público, destinado a todas as pessoas que, como eu, precisam de música para viver."

Coppola ou não Coppola?

This picture is hosted by ImageShackUma curiosidade besta: no começo do filme Threesome (Três Formas de Amar), o "rapaz confuso" chega ao seu dormitório na faculdade e é atendido por uma moça no balcão. Isso acontece logo nos primeiros cinco minutos de filme, e a moça até tem umas duas falas, mas não aparece mais. Essa moça é a Sofia Coppola?

Acho que eu deveria ter encontrado a resposta disso em algum canto, mas não encontrei. Em lugar algum há crédito para a figurante do balcão, e em nenhuma filmografia de Sofia Coppola consta essa participação. Mas é ela, tem de ser. Das fotos que eu encontrei, essa aí ao lado é a que mais me lembra a moça do filme. Só adicione uns três quilos de cabelo. Informações comprovadas podem ser enviadas para o email ao lado.

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UPDATE (19 out 2006): a anta suprema aqui, claro, passou batida justo no IMDB, que foi a primeira parada da pesquisa. Está lá claramente que "girl at registration" se chama Kathleen Beaton. Consta que a moça trabalhava nos bastidores como maquiadora e cabeleireira e tentou ser atriz uns tempos, mas não foi adiante. Mas que elas se parecem, ah, parecem mesmo! Veja aí ao lado. Valeu pela atualização, Aluizio!