Que tal uma primeira olhada em alguns cenários que devem aparecer bastante na próxima temporada de Lost?Uma moradora do Havaí conseguiu tirar fotos do set onde está montado o acampamento dos "Outros", conforme vimos no último capítulo da segunda temporada. O conteúdo permite umas especulações, mas certeza nenhuma de nada pra lado algum.
***
O cartaz da terceira temporada já foi
exibido em tudo quanto é site sobre a série.
exibido em tudo quanto é site sobre a série.
Há poucos comentários que eu poderia fazer - já fizeram todos nesses últimos dias. Aliás, em situações parecidas, neguinho já encontrou dicas até nos reflexos dos olhos dos personagens e em graus absurdos semelhantes.
No pôster, o que mais me chamou a atenção foi que Hurley não sorri e parece bem puto da vida. E outra coisa é o duplo sentido do slogan "Find yourself". Pode querer dizer tanto "Encontre-se (a si mesmo)" ou "Descubra por conta própria (sem contar comigo)".
***
No final da temporada, não ficou claro por que Desmond havia sido preso. O ex-militar Inman (um nome curioso por si só, já que quer dizer "contato infiltrado") apenas menciona "problemas com autoridade", no sentido de não respeitar hierarquia.Além de alguma razão que possa aproximar Desmond ainda mais dos sobreviventes (como os encontros prévios entre eles, por exemplo), essa prisão também nos leva a pensar em quantos outros personagens já estiveram na situação de encarcerados, afastados da sociedade por alguma razão, fugitivos ou simplesmente foras-da-lei em geral.
Pergunta semelhante pode ser feita sobre abandonados e "abandonantes". Enquanto Desmond foi forçado a largar sua mulher, Jack o fez por escolha. Charlie largou o irmão, Locke perdeu o pai e a namorada, Sayid perdeu sua prometida, Sun pensava em deixar Jin e por aí vão outras "coincidências".
***
A essas alturas, todo mundo que é fã da série já ouviu falar dos livros que foram lançados sob o logotipo de Lost. Não falo desse monte de caça-níqueis babacas que aparecem em bancas e livrarias com a enganosa chamada de capa "Conheça todos os segredos de Lost" - obviamente, sem entregar segredo nenhum, pois eles também não sabem. É outro tipo de caça-níqueis.Seguinte: nos EUA, já foram editados quatro romances oficiais da série, um dos quais é o velho Bad Twin (cujo autor fictício teria morrido no acidente de avião). Outro deles acaba de ser lançado no Brasil, sob o nome Identidade Secreta.
Curioso que um terceiro livro na mesma linha desse último já tinha sido lançado no Brasil, mas não fizeram estardalhaço como agora, sei lá por quê. O nome desse outro é Risco de Extinção.Enquanto Bad Twin, sem edição brasileira, traz muitas menções a personagens tangentes e pode ajudar numa compreensão maior do "lostiverso" (sem ter nada essencial, ao mesmo tempo), os outros dois, pelo que eu vi por aí, não revelaram nada. Foram escritos pela mesma Cathy Hapka e são descritos com freqüência como apenas exercícios de ficção com leves resvalos em fatos e pessoas mencionadas na série. Acima de tudo, não trazem nada de novo ao fã de Lost. Portanto, não se deixe enganar pela capa, já que a relação com Lost é quase nula!
O quarto livro, Signs of Life, segue a mesma linha fraquinha desses dois últimos. É pura conjectura de outro autor, Frank Thompson, a respeito de um certo sobrevivente da ilha que até agora é desconhecido pra nós, um tal Jeff Hadley. Esse personagem central seria um artista americano que fica amigo de Hurley e começa a criar obras cada vez mais estranhas e infestadas de dicas subliminares. Ainda que pareça interessante, alguns erros na narrativa fazem a gente duvidar de que as "estranhas influências" sobre Hadley tenham sido fornecidas como material "oficial" pelos produtores de Lost. Até prova em contrário, também é melhor ignorar ou ler só como um romance sem ligação com a série.Finalmente, existe um famoso "quinto livro" que nunca foi lançado no mundo real, mas que chegou a existir no universo da série e teria sido recolhido em massa pelo magnata Alvar Hanso. Trata-se de The Valenzetti Equation, escrito por Gary Troup (o mesmo autor-personagem de Bad Twin). O livro tratava da vida do matemático (fictício) Enzo Valenzetti e de sua maior descoberta, a Equação Valenzetti, um algoritmo (conjunto de instruções e fórmulas) capaz de prever o apocalipse - ou, quem sabe, promovê-lo. A equação nasceu como resultado de um projeto de cooperação internacional conduzido pelas Nações Unidas e, provavelmente, foi utilizada pela Fundação Hanso em algum movimento escuso - o que teria causado o recolhimento posterior de todas as cópias "lançadas".
Bad Twin já serviu um bocado ao pessoal que joga o Lost Experience e pode conter dicas valiosas para o futuro da série, envolvendo os Widmore e sua corporação. Já esse Valenzetti Equation, se for (por exemplo) encontrado na ilha ou se foi lido por algum sobrevivente antes do recolhimento em massa, pode vir a ter um significado bastante grande na mitologia de Lost, como um daqueles pontos-chave de explicações. Infelizmente, nós aqui no mundo real não fazemos a menor idéia de que projeto seja esse da ONU, do que seja a equação ou de como a Hanso a tenha utilizado...UPDATE (7 out 2006): trecho copiado do jornal The New York Times: "ABC commissioned mass-market novelizations for Lost, with titles like 'Endangered Species' and 'Secret Identity'. Mr. Lindelof picked one up; a chapter and a half in, he remembered thinking, 'This is terrible'. They knew it wouldn't be a good idea just to criticize, so Mr. Lindelof and Mr. Cuse came up with a concept of their own: a novel called Bad Twin, by one Gary Troup". Na mesma entrevista, o NYT diz que Gary Troup teria sido aquele camarada sugado pela turbina no primeiro episódio - ou seja, ele teria sobrevivido à queda. Não são palavras dos criadores, então, melhor duvidar.
***
Existe um "personagem" que vive aparecendo em Lost e que quase ninguém percebeu até hoje: a caixa. Ela está em um milhão de flashbacks, está na ilha, em todas as escotilhas... Se bobear, até na jangada ela devia estar!
"A caixa" é uma brincadeira que os fãs mais desocupados da série criaram. Começaram a notar que sempre apareciam caixas de papelão nos episódios, dessas ordinárias, em sépia. É verdade que elas aparecem mesmo em muitos cantos, e Hurley até tinha uma fábrica de caixas na qual Locke trabalhava. Mas atribuir algum mistério da ilha à "misteriosa caixa" seria como dizer que o terrorista em 24 é o celular de Jack Bauer!
Veja o verbete que os caras da Lostpedia criaram como paródia para os conspiracionistas meio afoitos demais.
