segunda-feira, novembro 06, 2006

Dixie Chicks à brasileira

This picture is hosted by ImageShackAssim como as três mártires da luta contra Bush, somos obrigados a dizer que temos vergonha de ser belorizontinos como o Senador Eduardo, o Azedo. Mais uma vez, é o blog de Sandra Carvalho, na revista Info, que aparece como a voz inteligente de um grande veículo, falando aquilo que tem mesmo de ser dito. (A jornalista ainda faz coro com aquilo que escrevemos na última Lostícias).

E então, você está preparado para voltar a pagar R$ 35,00 num CD simples que você nem conhece, dos quais o autor vai receber, talvez, apenas uma moedinha de 1 real? Quer mesmo esperar mais um ano e meio até que a Warner volte a passar The L Word (cuja terceira temporada já até acabou lá fora) ou sabe-se lá quanto tempo até que o AXN resolva transmitir Lost? Quer que suas atividades online, quaisquer que sejam elas, possam ser devassadas por alguém tão sem vergonha na cara, que deveria se manter escondido e envergonhado por comprovadamente receber mensalão, mas ainda tem coragem de se mostrar e de criar um projeto para defender interesses privados de forma descarada?

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Web só com firma registrada!
Sandra Carvalho

A internet, muita gente diz, é um faroeste selvagem. Um território sem lei. Um lugar perigoso, com bandidos digitais eternamente à espreita. Para acabar com as ameaças, que tal controlar cada bit e cada pixel da rede?

Poderíamos exigir, para qualquer pessoa que entrasse na internet, em casa, num cibercafé, no trabalho ou nos telecentros, um registro completo. Completo mesmo, não à maneira da web: com documentos originais apresentados em pessoa e cópias autenticadas, com firmas reconhecidas em cartório a todos os provedores de acesso usados.

This picture is hosted by ImageShackPara facilitar o controle, poderíamos banir as crianças e os adolescentes da rede - nessa fase da vida, quem tem responsabilidade para navegar pela web e arcar com todas as consequências do que faz? A fiscalização ficaria muito mais fácil sem elas, com muito menos mensagem instantânea, P2P, e-mail e que tais.

Ainda com o objetivo de colocar a web na linha, poderíamos pensar num horário de funcionamento mais racional para ela: das 9 às 6, de segunda a sexta-feira, seguindo o horário comercial da maioria das pessoas. Quem precisa de internet fora disso?

Como é que ninguém pensou nessas coisas antes? Ôpa! Agora lembrei. Já pensaram, sim, pelo menos em parte. Está na Folha de S. Paulo de hoje: estão querendo mandar para a cadeia, por pelo menos dois anos, quem não se identificar com RG, CPF e endereço antes de se comunicar com qualquer outro ser vivo pela internet.

Agora sim a coisa vai para frente. O projeto é do senador Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, que andava com a carreira meio caída depois que o associaram a Marcos Valério, o carequinha do mensalão, por uma campanha pouco ortodoxa no passado. Aprovado o projeto, a web decola com segurança e o senador restaura a honra abalada. É ou não é?