Assim como as três mártires da luta contra Bush, somos obrigados a dizer que temos vergonha de ser belorizontinos como o Senador Eduardo, o Azedo. Mais uma vez, é o blog de Sandra Carvalho, na revista Info, que aparece como a voz inteligente de um grande veículo, falando aquilo que tem mesmo de ser dito. (A jornalista ainda faz coro com aquilo que escrevemos na última Lostícias).E então, você está preparado para voltar a pagar R$ 35,00 num CD simples que você nem conhece, dos quais o autor vai receber, talvez, apenas uma moedinha de 1 real? Quer mesmo esperar mais um ano e meio até que a Warner volte a passar The L Word (cuja terceira temporada já até acabou lá fora) ou sabe-se lá quanto tempo até que o AXN resolva transmitir Lost? Quer que suas atividades online, quaisquer que sejam elas, possam ser devassadas por alguém tão sem vergonha na cara, que deveria se manter escondido e envergonhado por comprovadamente receber mensalão, mas ainda tem coragem de se mostrar e de criar um projeto para defender interesses privados de forma descarada?
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Web só com firma registrada!
Sandra Carvalho
A internet, muita gente diz, é um faroeste selvagem. Um território sem lei. Um lugar perigoso, com bandidos digitais eternamente à espreita. Para acabar com as ameaças, que tal controlar cada bit e cada pixel da rede?
Poderíamos exigir, para qualquer pessoa que entrasse na internet, em casa, num cibercafé, no trabalho ou nos telecentros, um registro completo. Completo mesmo, não à maneira da web: com documentos originais apresentados em pessoa e cópias autenticadas, com firmas reconhecidas em cartório a todos os provedores de acesso usados.Para facilitar o controle, poderíamos banir as crianças e os adolescentes da rede - nessa fase da vida, quem tem responsabilidade para navegar pela web e arcar com todas as consequências do que faz? A fiscalização ficaria muito mais fácil sem elas, com muito menos mensagem instantânea, P2P, e-mail e que tais.
Ainda com o objetivo de colocar a web na linha, poderíamos pensar num horário de funcionamento mais racional para ela: das 9 às 6, de segunda a sexta-feira, seguindo o horário comercial da maioria das pessoas. Quem precisa de internet fora disso?
Como é que ninguém pensou nessas coisas antes? Ôpa! Agora lembrei. Já pensaram, sim, pelo menos em parte. Está na Folha de S. Paulo de hoje: estão querendo mandar para a cadeia, por pelo menos dois anos, quem não se identificar com RG, CPF e endereço antes de se comunicar com qualquer outro ser vivo pela internet.
Agora sim a coisa vai para frente. O projeto é do senador Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, que andava com a carreira meio caída depois que o associaram a Marcos Valério, o carequinha do mensalão, por uma campanha pouco ortodoxa no passado. Aprovado o projeto, a web decola com segurança e o senador restaura a honra abalada. É ou não é?