É a oportunidade pra diminuir um pouco aquela lista interminável de "futuras aquisições", que já vinha com uns títulos prestes a sumir das prateleiras. Com o preço que a Devir cobra num especial, sempre dá pra comprar dois da Panini. E isso porque Pixel, Conrad e Opera Graphica (principalmente) não ficam muito atrás. Mas a Devir é mesmo irreal...
Acertado o generoso desconto, quebrei o porquinho e peguei um pacote de coisa nova bastante em conta. Como ainda não li, não dá pra tirar conclusões, mas posso adiantar as razões da compra selecionada e os prognósticos do material. Quem sabe isso já possa ajudar na sua próxima aquisição?
Falando nisso, a feira vai até domingo, dia 20.
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Astro City - Inquisição
Chegou bem recomendada pela crítica em geral, pelo gerente da loja (que eu conheço faz tempo) e pela edição anterior de Astro City, muito bacana. Saiu uma matéria na Folha a respeito dessa edição, cuja trama eu nem conhecia. "Mistura de Batman com Capitão América", é? Bom, só lendo pra saber como fica. Essa descrição soou bem infantilizada, mas o tratamento de Busiek costuma ser bem adulto, com metáforas bacanas para situações sociais delicadas, reapropriação criativa (e, às vezes, propositadamente maldosa) de personagens alheios e uma narrativa agradável ao mesmo tempo.
Superman - As 4 Estações (enc.)
Essa eu li de um amigo, logo depois que a série saiu em fascículos. Lembro de ter gostado muito, mas já nem faço idéia da história. A revista chega na leva de publicações que a Panini soltou pra coincidir com o filme. Não, ainda não vi "Cuecão Returns", o filme. Faz parte da política da empresa: "não assistirás a blockbusters até que se passe um mês da estréia, pelo menos". É por isso, inclusive, que este blog se propõe à cultura pop no geral, mas quase não falou de filmes ainda... Nessa leva da Panini, você vai achar umas porcarias juramentadas (adaptações e prelúdios), alguns representantes dignos (Dia do Juízo Final, O Legado das Estrelas) e outras edições já aprovadas em mini-série (além do encadernado em questão, também Entre a Foice e o Martelo e Identidade Secreta).
V de Vingança (da Panini)
Bom, esse é mais fácil. Não apenas vem recomendado há anos por 10 entre 10 leitores, editores, críticos, filósofos, médicos e veterinários... como eu já fazia parte desse bando há tempos! Tenho a versão encadernada anterior, e cheguei a ler a série em fascículos, emprestada, ainda na década de 80. A edição caprichada da Panini, apesar do ridículo preço de 40 reais, mereceu a atualização. Pelo que me foi dito há um mês, essa revista tinha simplesmente esgotado na fonte, ou seja, a própria Panini não tinha mais exemplares pra distribuir. Nas bancas, já era raridade há algum tempo. Então, alguns distribuidores locais "resolveram" perceber isso por aqui e soltaram os encalhes justamente no dia do Salão, pela cidade toda. Já está no fim, de novo... Pegar uma dessa era questão de honra!
Powers - Quem Matou a Garota-Retrô?
Top 10 - Contra o Crime
Vinha cercando as duas na loja tinha tempo (e Tom Strong, que estava em falta na hora; não ia ter grana mesmo...). Já não lembro do que diziam as críticas a ambas, mas eram sempre favoráveis, aqui e lá fora. A premissa de Powers não me pareceu das melhores: esse papo de "Garota-Retrô" como um nome genérico para heróis do passado; e "quem matou" como um questionamento também genérico às novas gerações de personagens violentos e sombrios que enterram os "bons valores" de antigamente. Blah... Folheando, percebi que a trama tinha tudo pra ser bem interessante, e a edição saiu bem caprichada. E a revista tinha um "problema" extra em comum com a outra: os autores de respeito Brian Michael Bendis (Powers) e Alan Moore (Top 10), a mesma lenda de V de Vingança, Watchmen e Liga Extraordinária, entre outros. Boa crítica, boa impressão, bons autores, boa edição. Difícil ter histórias ruins aí...
DC: A Nova Fronteira (vol. 1)
Sou um apaixonado pela Era de Ouro da DC. Não pelas histórias ingênuas da época (tem quem goste), mas pelos personagens e pelo reflexo desses anos de desenvolvimento nas tramas de hoje - como nas páginas da Sociedade da Justiça, que exploram constantemente detalhes de aventuras antiquíssimas. E a Warner anunciou que isso vai virar uma animação! A única preocupação é que não infantilizem a coisa e se mantenham tão fiéis quanto possível. Não gostei muito da arte, mas ela realmente evoca as revistas antigas e, pelo que eu li a respeito do conteúdo, tudo casa muito bem.
Os Mortos-Vivos - Dias Passados
Aldebaran - A Catástrofe
As duas já eram bem simpáticas na prateleira, e Os Mortos-Vivos é tida como ainda melhor que Invencível (que eu nem achei tanta coisa quanto vêm dizendo, mas é bem legal assim mesmo), do mesmo Robert Kirkman. Parece que é uma história de zumbis com humor, não estou bem certo. Já Aldebaran veio em indicação do Reginaldo Yeoman, e eu gostei muito da descrição. Além do fato de ser quadrinho europeu, que sempre tem uma pegada textual bem diferente dos adrenalínicos americanos (e é muito bom variar nesse sentido), o desenho lembra Moebius e outras influências de traço fino. E, mesmo que não seja mais um "motivo pra comprar", é curioso notar que o autor Leo é carioca, mas desconhecido no Brasil e um sucesso como autor na França. Precisou de uma editora brasileira (a cara local de uma multinacional, whatever) importasse o material original em francês do cara pra que ele fosse divulgado em sua terra. Veja mais sobre a obra dele aqui.
Outras aquisições recentes em termos de encadernados e especiais foram Authority - Sob Nova Direção, o Madman e o Invencível da Pixel e o DC Especial 10, da Panini, revisitando a Liga engraçadinha de JM DeMatteis e Keith Giffen. Já li algumas dessas, aliás (já se passaram uns meses de cada compra a conta-gotas).
O especial da Liga não fede nem cheira e dá pra rir um bocado, mas não como na era da Liga original. A gente percebe os caras tentando ser engraçados quando antes eles só construíam as insanidades sem deixar isso transparecer. "Fluía" melhor, sabe como?
E o Madman é louco, mas um louco bem despretensioso (nada "cabeça") e inofensivo. As histórias não precisam ser muito conseqüentes - coisas acontecem e somem meio "naturalmente" - e derivam de uma pra outra de um jeito bastante livre. A narrativa lembra uma mistura da Era de Prata da DC (ingenuidade, excessos e ficção científica) com uma dose de Estranhos no Paraíso (drama com humor), talvez. E uma personalidade bem própria, nesse meio, carregada de nonsense. Falando em loucura, finalmente temos também o Bizarro Comics. Sem frete, com desconto da loja e cupom, a gente consegue.
Mas isso em meses e meses de namoro na prateleira. Na lista, sobraram o mencionado Tom Strong, Chosen, alguns troços que eu nem lembro mais e, claro, o volume 2 de A Nova Fronteira, que ainda vai sair e vai ter de esperar na banca uns tempos, depois dessa traulitada.