domingo, outubro 22, 2006

Lostícias 9

Bom, essa nova Lostícias veio antes do esperado. Ia demorar, sim, mas apareceu assunto, e isso é o que sempre interessa, né? Claro, não posso deixar de agradecer muito o apoio do Reginaldo Yeoman, um bloguerreiro na área desde 2002.

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Como já está virando certa tradição, vamos ao comentário do último episódio. No momento, Further Instructions preenche o cargo.

Depois de se centrar no grupo capturado e no grupo de apoio tático, é hora de ver como está o grupo envolvido no incidente da estação Swan, do fim da segunda temporada. Como o episódio foi um daqueles mais à moda antiga de Lost, ele contém segredos e spoilers, e vai mais uma vez como manchona preta entre as duas imagens centralizadas. Cubra com o mouse para ler.

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- O episódio é todo centrado em John Locke (incluindo os flashbacks), que está bem vivo depois do incidente. Também estão vivos Desmond e Eko, mas esse último passou por maus bocados nas mãos (ou na boca) de... outro urso polar, acredite se quiser.

- Locke passa o episódio inteiro tentando encontrar Eko, não apenas para se redimir por seu (suposto) engano com relação ao computador, mas também pelo erro grave cometido anos antes e que arruinou a comunidade em que ele vivia e na qual finalmente tinha conseguido paz e uma "família". Esse assunto fica pros flashbacks, que quase sempre fazem paralelo com as situações atuais da ilha.

- Depois da implosão, Locke acorda inexplicavelmente mudo, no meio do mato, e essa é uma questão que vai ficar pendente. Afinal, como ele não morreu prensado no incidente? Por que ele emudeceu? Estaria isso relacionado a alguma questão psicológica que teria também causado a paralisia (ou a cura)? Outra: quando Locke encontra Charlie e consegue se comunicar com ele por gestos, de onde ele tira aquele papo de "falar com a ilha"? Dá pra entender o que ele quer fazer, mas não qual sua razão pra fazê-lo e por que se refere a isso como "falar com a ilha".

- A intenção do episódio é mostrar a mudança de personalidade por que Locke passou nos anos anteriores e, como paralelo, mostrar mais uma mudança de atitude em sua vida também na ilha. Em sua comunidade, ele era mais pacífico e tido como detentor da "índole do fazendeiro", em contraste com a "índole do caçador", conforme eles acreditam. É mais uma manifestação das dualidades que sempre dão as caras em Lost, uma espécie de "preto versus branco" (fé e razão, luz e escuridão, bons e maus, etc), como se nunca existissem outras possibilidades.

- O nome do episódio poderia ser interpretado como "aguardando novas instruções", algo que se aplicaria a todos os sobreviventes. Pense no seguinte encadeamento: a "liderança eleita" (Jack) está longe, Locke passou toda a segunda temporada lidando apenas com questões de fé, não há quem tenha tomado o leme do acampamento de sobreviventes e, muito convenientemente, o questionamento anterior não tem mais razão de ser (a escotilha foi destruída e Locke alterou suas convicções). O careca agora pode reassumir seu lado aventureiro, pronto a dar as "novas instruções" ao grupo, inclusive comandando a futura equipe de resgate.

- Logo que acorda, Locke encontra Charlie e, com ajuda meio relutante, insiste em armar uma "sweat lodge", algo como uma "sauna para meditação". Entra nela com uma droga que ele preparou logo antes e, como um xamã, se concentra, engole a substância psicodélica e começa a alucinar - tudo sem dar um pio.

This picture is hosted by ImageShack- A alucinação é aquele sonho que eu descrevi na edição passada das Lostícias, mas com um detalhe importante: o primeiro sinal de inconsciência é uma conversa com o falecido Boone. Ao aparecer, o rapaz diz exatamente o que Locke dissera antes - Boone foi "um sacrifício que a ilha exigiu". Mas é bom lembrar que quem produz esse argumento ainda é a cabeça de Locke, e não um "Boone real". E ele continua dizendo que John conseguirá falar quando tiver algo a dizer, e assim ele poderá "reunir a família" outra vez. Isso está relacionado com o flashback (veremos abaixo), mas, no contexto da ilha, pode ser considerada mais uma questão estranha. Locke vê nos sobreviventes uma espécie de família? Quem faz parte e quem não faz? Tem a ver com aquela impressão que ele passava na primeira temporada, de ter encontrado um propósito na vida e nem se preocupar em escapar da ilha? É provável que seja apenas um sentido figurado para "reunir o grupo novamente".

- Os dois então "aparecem" no aeroporto de Sydney antes do embarque. Boone informa que John precisará da cadeira de rodas para aquele passeio. A cadeira deve ter algum significado muito pessoal, como se o próprio Locke se enxergasse, no fundo, como um aleijado, rótulo que ele conscientemente rejeita. Boone explica que alguém naquele aeroporto está em sério risco, e Locke é o único que pode salvar essa pessoa. Primeiro, vêem a dupla Charlie e Claire com Aaron no colo, e Boone diz "Eles ficarão bem... por enquanto". É bom frisar que nada fica explícito e nem dá afirmar que sejam um casal! Em seguida, Sayid, Sun e Jin na fila de embarque - justo o grupo que está distante e reunido em outro canto da ilha, e Boone ainda completa que "Sayid tem o controle da situação". Hurley é o funcionário que atende a fila mais adiante. O computador é o mesmo da estação Swan, e ele digita os velhos números. Boone afirma que também não é Hurley em perigo. Desmond desce as escadas rolantes vestido de piloto, feliz da vida ao lado de três aeromoças. Em tempo: nenhuma delas é Cindy, a aeromoça sumida, até porque John nunca a conheceu. Boone faz um comentário dúbio: "Forget him, he's helping himself", o que pode significar tanto "ele já está bem arrumado" quanto "ele só se importa consigo mesmo". Atrás de uma parede de vidro, Kate e Sawyer parecem estar viajando juntos - estão fisicamente separados, mas conversam e se tratam com aparente intimidade. Jack aparece deixando seu relógio na revista do aeroporto. O guarda que revista o médico é Ben - na cabeça de Locke, claro, ele ainda é o falso Henry Gale - e o "bip-bip" do aparelho de revista soa como o primeiro alarme que tocava na Swan. Sobre os três sobreviventes, Boone diz que "não há nada que você possa fazer por eles... ainda", e que Locke deve primeiro consertar suas próprias confusões.This picture is hosted by ImageShack Essa última frase fica ressoando até que Locke se vê sozinho, na cadeira de rodas, na frente da escada rolante. Boone está no alto. O esforço de John para alcançar o topo da escada lembra com nitidez a cena em que ele e Eko encontram o grande "?" no meio da selva. Chegando no topo da escada, ele encontra manchado de sangue o cajado de Eko, e Boone aparece também coberto de sangue (exatamente como em um dos primeiros episódios da série, Deus Ex Machina, também em sonho de Locke), dizendo "Recomponha-se, John. Eles os pegaram. Você não tem muito tempo."

- Sobre o meu comentário anterior a respeito do "sonho" (que nem é sonho, é alucinação), talvez nem tudo se aplique mais. O último parágrafo certamente foi pro saco, mas quem sabe o resto ainda guarde sentido. Por exemplo, há relatos de que, para essa seqüência, Charlie e Claire se beijavam como um casal, mas isso não acontece na cena.

- Depois que ele acorda, Locke interpreta "consertar a sua confusão", junto ao cajado com sangue, como a necessidade de salvar a vida de Mr. Eko, que foi prejudicado por conta de uma decisão de Locke.

- O flashback conta a história de quando Locke vivia numa espécie de comunidade hippie no norte da Califórnia. Um dia, no caminho para lá, ele pega um caronista chamado Eddie, leva para a tal comunidade em caráter temporário, o cara gosta e resolve ficar. Mas Eddie era um policial disfarçado, investigando a hipótese - que se comprova real - de o casal-líder da comunidade estar cultivando maconha numa estufa, com conhecimento dos outros membros. O casal é formado por Mike e Jan. O rosto de Mike é familiar... Já foi confirmado que ele não é Tom / Mr. Beardy / Mr. Friendly, o capataz d'Os Outros. Quando são apresentados a Eddie, Mike diz que John é um cara muito especial - talvez algum dia saibamos a razão disso, mas soa como se alguém ali soubesse de algo que não sabemos. John faz uma oração antes da comida e, no meio das palavras, agradece por ter deixado de ser "tão nervoso" e por ter encontrado "uma nova família". Está aí o reflexo da fala de Boone na alucinação.

- Mais adiante, Mike e Jan são vistos na estufa, embalando tudo às pressas, depois de descobrirem (não é mostrado como) que Eddie é um policial em missão. A acusação de ter posto tudo a perder, claro, recai sobre John. O careca se propõe a consertar a situação para que aquela comunidade não acabe. Mike faz exatamente a mesma proposta do Boone imaginário: conserte a confusão que você mesmo armou, daí o paralelo de situações.

- Detalhes interessante do flashback: Eddie diz que está indo para uma cidade chamada Eureka (que existe mesmo na Califórnia). É o que se diz quando se faz uma grande descoberta, justo o que ele queria fazer na comunidade como policial disfarçado. Quando a perua de Locke é parada por um guarda (cujo nome é nome Williams, mas não vi significado nisso ainda), dá pra ver a placa de Locke (5Q49938, idem) e sua data de nascimento, na habilitação, como 15 de novembro de 1946 (dá pra destacar pelo menos o 15 como "número maldito"). Aliás, John é apenas um diminutivo para Johnathan, seu nome real. Sei lá o quanto disso já era conhecido antes, mas ficou bem claro agora. Eddie está usando uma camiseta surrada e com o logotipo psicodélico da banda fictícia Geronimo Jackson, que já apareceu na série em outras ocasiões. No fim, o registro do policial disfarçado Edward 'Eddie' Colburn (e esse nome?) traz discretamente um registro 84023 - isso leva a 4, 8, 23 e 42, pelo menos.

- A inspiração para a "sweat lodge" também vem da comunidade. Ao chegarem, Locke e Eddie passam por uma cabaninha assim, e Locke explica que o objetivo dela é deixar-se tomar pelo calor da fogueira que há lá dentro e meditar sobre o que é importante na sua vida, como "ser um caçador ou um fazendeiro". Claro que há alguma droga envolvida e, no caso, deve ser alguma maconha poderosa.

- Há uma certa ironia no fato de Locke ajudar a suportar uma comunidade que vive do comércio de maconha e reprimir o uso de heroína de Charlie tão violentamente. Quando o careca entra na sua "cabaninha do barato" com um alucionógeno, Charlie faz um comentário semelhante.

- Fechando a história pregressa, Locke dá um jeito de emboscar Eddie na mata e arranca a verdade. Eddie duvida que Locke vá atirar, porque ele tem o perfil do "fazendeiro". Vira as costas, vai embora e deixa um Locke frustradíssimo pra trás. Locke então sente que destruiu sua "família" por manter uma postura pacífica. O fato de ele ter dito que antes era "muito nervoso" e então ter mudado indica que a real natureza de John talvez seja a do caçador. Provavelmente, é nesse momento de sua vida que ele decide assumir sua real vocação aventureira para sempre - o que provavelmente causa sua paralisia, num próximo flashback.

- As questões resultantes são: o que acontece com aquela comunidade depois disso? Fotos promocionais da ABC mostravam membros da comunidade sendo presos, e você vê uma delas mais abaixo. Como descobriram que Eddie era um policial? Um laptop é mostrado, mas isso seria meio simplista... Por que Locke, só mais um trabalhador ali, é tido como "muito especial" para aquele pessoal? Por que Locke não foi preso (se é que não)? Teria sido tudo um jogo mental da Hanso para fazer aflorar o "verdadeiro" Locke, antes de jogá-lo na ilha?

- De volta à ilha: uma fala potencialmente importante acontece quando Locke decide fazer a busca sozinho e diz a Charlie que coisas ruins sempre acontecem com quem insiste em acompanhá-lo - como se Locke sentisse que carrega uma maldição, coisa que já vimos na ilha com Hurley, Sayid e outros. Charlie insiste em ir junto. Só não dá pra entender por que, quando Locke e Charlie encontram o crucifixo de Eko na mata, o careca "sabe" que Eko foi arrastado por ali por um outro urso polar.

- Chegam à cratera que sobrou da escotilha depois da implosão. Logo perto, há um javali morto e pêlos brancos. O urso polar que Locke tirou do bolso realmente existe e acaba perseguindo os dois. Locke pára em certo momento e arremesa sua faca, mas escuta um grito. Ele acaba de acertar o cantil de Hurley, que vem do falso acampamento d'Os Outros. O gordinho dá a notícia da captura. Hurley também ainda se refere a Ben como "Henry". Seguindo rastros, Locke cisma que Eko foi levado pelo urso para dentro de uma caverna logo adiante.

- Qual o significado do comentário de Charlie sobre um programa da BBC que mostrava ursos polares como "simpáticos" e "os Einsteins do mundo animal"? Talvez seja a razão pela qual a Iniciativa Dharma os tenha escolhido para experiências na ilha, em primeiro lugar.

- Quando Locke diz que vai descer sozinho e proíbe Charlie de ir junto, temos mais uma ocorrência da expressão "Não me diga o que eu não posso fazer!", agora dita por Charlie.

- Hurley segue para a praia e, no caminho, descobre Desmond nu e escondido. Não fica claro o que exatamente aconteceu com as roupas de Desmond, o que é muito suspeito. Quando Hurley insiste em querer saber, Desmond apela, o que é ainda mais suspeito. Será que Desmond realmente sobreviveu à implosão? Lembre-se de "See you in another life".

- Hurley empresta um camisão e eles retornam à praia juntos. Desmond vai contando o que aconteceu e diz ainda que não sabia o que poderia acontecer se a chave de emergência fosse usada. Fica sabendo que a ilha tremeu e houve o clarão arroxeado no céu. Hurley, claro, também pergunta se não é estranho que Desmond não tenha implodido junto - e ele responde bem naturalmente que não. E Hurley: "Mas... você vai virar o Hulk ou algo assim?" Por mais engraçado que isso soe, talvez faça sentido. Afinal, quando Hurley menciona que Kate, Sawyer e Jack estão capturados, Desmond dá uma resposta estranha: "Não se preocupe, Locke disse em seu discurso que irá salvá-los". Hurley não faz idéia de que discurso seja esse, e Desmond também não sabe de onde tirou isso, e ambos se convencem de que foi só um delírio.

- O que significa o caminhãozinho de brinquedo que Locke encontra na caverna? Será que aqueles "antigos" Outros que estão com as crianças passaram por lá? Aliás, ainda não se sabe a relação entre aqueles maltrapilhos raptores de crianças e Os Outros que moram na vila. Podem ser as mesmas pessoas, podem ser grupos diferentes. Lá no fundão da caverna, Locke encontra restos mortais humanos, um símbolo Dharma meio decomposto numa camiseta... e o urso polar furibundo da vida. Consegue carregar Eko pra fora usando fogo contra o bicho - mais uma analogia com a mitologia grega, quando Odisseu salva seus amigos de serem devorados um ciclope, cegando o monstro com uma lança em brasa.

- São de se destacar os péssimos efeitos especiais do episódio com relação às aparições do urso.

- Voltando para a praia, dão uma parada pra pegar água, e Locke se desculpa com Eko. Ele ainda lamenta não ter evitado o seqüestro de Jack, Sawyer e Kate, mas Eko acorda e diz que Locke ainda pode encontrá-los e salvá-los - afinal, ele "é um caçador". Charlie retorna com água e Eko já está desacordado de novo. Não fica claro se houve mesmo aquela conversa ou se Locke a imaginou.

- No retorno ao acampamento da praia, os três são auxiliados por Claire, Paulo (Rodrigo Santoro) e Nikki (Kiele Sanchez). A introdução dos dois novos personagens é feita de forma tão natural quanto se eles já fossem velhos conhecidos do espectador. Locke certamente já os conhecia de antes e os chama pelo nome. Todo mundo questiona a respeito daquela história do rapto, e então Locke começa... um discurso! Diz que vai organizar uma busca e vai trazer os amigos de volta, exatamente como Desmond acabara de dizer a Hurley. Enquanto isso, o próprio Desmond está mais afastado na praia, jogando pedras na água, com uma expressão confusa. Hurley o encara de longe, intrigado por aquele diálogo que, agora ele percebe, era um delírio premonitório do "brotha".

- Muitas questões possíveis: Desmond adquiriu poderes divinatórios? Será que já os tinha latentes e o evento apenas os despertou? Se eram latentes, eram naturais ou implantes do Dharma (como eu sempre suponho)? Teria o incidente apenas perturbado muito a cabeça dele, sem dar poderes? Desmond poderia ser um agente infiltrado d'Os Outros ou da Hanso? Teria ele embarcado por alguns segundos numa "corrente alternativa de tempo" e retornado normal, com aquela única memória "fora do tempo" como acontecimento isolado? Ou será que Desmond vai começar a viver poucos minutos fora do tempo "comum" de todo mundo e se tornará um guia ou algo assim? Será que a conversa de Locke com Eko na mata não foi também resultado de perturbação causada pela implosão? Se pudermos continuar na teoria de que Desmond morreu (e só será visto no além, uma "outra vida"), alguém teria confirmado a frase do cara, tomou sua forma ou seu corpo, apareceria sem as roupas e ainda poderia vir com esses poderes como novidade. Que tal... o monstro de fumaça preta?

Aí vai a foto do pessoal da comunidade sendo preso - algo que não foi mostrado no episódio.


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Sobre o Santoro, comentário à parte que todo mundo (acho) pode ler na boa.

This picture is hosted by ImageShackFoi uma introdução de personagem feita de maneira muito sutil, sem necessidade (nem pretensão alguma!) de impacto ou brilhantismo. O brasileiro veio ajudar a responder àquela velha questão que muita gente vinha levantando desde o começo da série: "Mas não eram 48 sobreviventes? Cadê o resto?". E esses 48 vieram só na seção central do avião; os da frente morreram e os do fundão foram encontrados depois.

Desse grupo de sobreviventes, a conhecida panelinha central se formou, e a história desde o começo tem se focado nesses mais ou menos 15 fulanos, com uma eventual participação do pobre Arzt, que só apareceu pra virar fumaça. Rodrigo "Paulo" Santoro e a também estreante Nikki (assim como um certo Scott e um certo Steve) estavam entre os "outros outros", que eram tão outros que nem apareciam... Mas Locke os chama pelo nome, com a maior naturalidade.

Em sua primeira cena, Santoro está lá, resignado e jogadão ao lado de um coqueiro. Entra como um personagem totalmente secundário ou ainda menos, mas há uma tendência natural de que seu papel aumente. Afinal, a única razão para o personagem de Santoro ter sido incluído no foco principal é suprir a ausência dos heróis Jack, Sawyer, Sayid e Jin no acampamento. Talvez até Nikki venha cumprir as funções de heroína de Kate. Precisavam de novos personagens para servir de braço armado e movimentar um pouco o grupo da praia, que ficaria parado. Era o momento dos outros ilhados mostrarem o que podem fazer. Por outro lado, isso deve significar que, em janeiro, alguém(-ns) morre, senão a tela fica muito cheia.

Muita gente lá fora achou inapropriada essa falta de apresentação, mas será que precisava mesmo de alguma introdução formal? Há um certo vício nisso... Mostrar esse personagem como parte do grupo que já existia é um bom sinal, sem dúvida. Aliás, com mais duas brasileiras que fazem figuração no mesmo núcleo e que são virtualmente desconhecidas até dos próprios brasileiros, abre-se uma possibilidade ainda maior de se criar o grupinho lusófono que as duas vinham torcendo para que acontecesse. E isso pode significar ramificações Hanso-Dharma no Brasil! Sei lá se isso é uma boa coisa... Com brasileiros na história, quem sabe ficamos sabendo como tanta coisa misteriosa rola por ali, HAHA. Pf...

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Há poucos dias, teve um terremoto no Havaí. Lost é filmada no Havaí. Percebe a relação?

Fique tranqüilo, a relação não significou nada. Apesar dos 6,3 na escala Richter, o epicentro foi na ilha maior (chamada Hawai'i mesmo), e a série tem sua sede em O'ahu, que não é a maior, mas é o centro financeiro e político, onde estão localizados a capital Honolulu, a famosa praia de Waikiki, a base militar (e a baía) de Pearl Harbor e que, se não me engano, é a ilha menos atingida por vulcões (Kilauea e Mauna Loa estão na "Ilha Grande").

Quanto à equipe, não houve qualquer dano; e quanto ao material usado na série, apenas atrasos menores para filmar devido à falta de luz. Tudo e todos continuam rolando na boa.

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A colunista Kristin Veitch, do E! Online, descobriu uma coisinha ou outra sobre o futuro próximo da série. Nada realmente grande, só alguns desenvolvimentos menores e detalhes que saberemos em breve. Mas uma das coisas que ela diz não parece ser tão pequena assim.

This picture is hosted by ImageShackSegundo ela soube, Ben vai fazer uma revelação a Sawyer que pode mudar tudo o que sabemos a respeito da ilha.

Agora, lembra do que os produtores disseram a respeito da divisão de capítulos desta temporada? Eles querem deixar um gancho miseravelmente grande no fim dos seis capítulos iniciais e, com isso, deixar meio mundo roendo as bitucas dos dedos até janeiro, quando retomam. Aposto quanto quiserem que esse gancho é a tal revelação (se ela for verdadeira e a colunista ouviu direito, claro).