O assunto chega com quase um mês de atraso, mas dane-se; tem de ser abordado assim mesmo e nem sempre dá tempo.
Depois de conseguir que a Universal liberasse todo o seu catálogo pra download gratuito, esse tal SpiralFrog agora fechou "um acordo" com a EMI. Sei lá que espécie de acordo é esse (o termo é bem vago), mas alardearam a coisa como uma notícia bombástica. Segundo os desorientados da internet, esse serviço indicaria hoje uma nova e enorme revolução na forma de ouvir música.
O povo só se esquece de ler as letras miúdas: são arquivos WMA de baixa qualidade (128Mbps), que não poderão ser gravados em CD ("queimar" CD é burrice, beleza?), não poderão ser compartilhados com os amigos, não podem ser tocados no iPod (enorme erro, sem dúvida) e você provavelmente vai ter de clicar em meia-dúzia de propagandas até conseguir o que quer. Sinceramente, prezados entusiastas, ainda está longe o dia em que podemos ser otimistas a respeito desse assunto...
Não que a gente não queira ser otimista; saber que os artistas recebem mais com o nosso download de alta qualidade e sem proibições seria bem compensador, sim. Só que o pagamento do SpiralFrog é prometido às gravadoras, e sabemos como elas não repassam aos verdadeiros merecedores, além de oferecer o produto do jeito mais desleixado e sacana possível. Então, eu gostaria que me escrevessem no endereço ao lado com dados atualizados sobre:
- a porcentagem de gente que clica em banners;
- a quantidade de pessoas que vai se importar mesmo com a diferença entre o download gratuito com pagamento indireto às gravadoras e o download "gratuito" via P2P, como é hoje;
- quantos aprovam essa coisa de DRM depois de conhecer e experimentar;
- quantos donos de iPod pretendem adotar o novo serviço;
- a porcentagem dos desinformados que se manteriam fiéis ao serviço depois de ficar sabendo que podem baixar a mesma coisa com qualidade e variedade bem maiores, também gratuitamente, por um processo tão simples quanto um torrent.
Lembra da bolha e seus serviços milagrosos "sustentados" por propaganda? Pois é, estourou!